Todos sabemos que o grande objetivo final e o que paga todo o processo de geração do mapa de produtividade é poder, ser capaz, de correlacioná-lo com algum fator ou atributo que indique a causa da variabilidade espacial mensurada. Várias questões e pressuposições das causas, sejam elas naturais ou ocasionadas por intervenção humana, podem ser levantadas. Uma destas possíveis causas é uma camada compactada presente que dificulte o crescimento radicular e ocasione todos os problemas que influenciam a produção final.

Fig 1. Fatores ligados à compactação.

Fig 2. Possíveis causas de menor crescimento radicular.

Uma alternativa interessante de linha de trabalho para interpretar quando a compactação está crítica e influenciando na área analisada, visa espacializar os dados pontuais de resistência a penetração no formato de mapas. A partir desses mapas de RP, juntamente com mapas de produtividade e de fertilidade química e também até de outros atributos físicos do solo como textura, correlacionar e identificar áreas que necessitam de uma atenção maior ou chamadas de áreas críticas, onde a compactação é claramente indicada como fator de perda de produtividade devido a limitar o crescimento de raízes e consequente uso do solo pela planta para sua nutrição e hidratação.

Obter tais dados de produtividade, fertilidade e características físicas hoje em dia não se caracteriza como grande problema, pois já fazem parte da cultura de banco de dados de informações da área, talvez o fator complicante seja caracterizar o RP crítico como único fator limitador da produtividade, visto que na natureza tudo acontece pela interação entre diversos fatores e também, definir em qual ponto de RP crítico devemos entender como momento de tomada de ação na área.

Como exemplo, podemos ter uma área em que devido a chuvas e fertilidade elevada o problema da compactação nem foi limitante no ano analisado, mas que em um ano mais seco, isso será determinante na produtividade. Na literatura, já existem diversos trabalhos avaliando os valores de RP aos quais a produtividade das culturas é afetada, vários deles indicam e demonstram casos de perda de produtividade, como por exemplo, em algodão, valores de RP acima de 2000 kPa impedem o crescimento radicular, também existem relatos que a produtividade máxima de soja está associada à RP de 1570 a 1590 kPa ( na camada de 0,05–0,35 m), com decréscimos quando a RP é maior que isso, mas que também este valor pode variar de acordo com o cultivar.

Por fim, o importante é que identifiquemos os fatores de perda de produtividade em nossa lavoura e tomemos a ação que irá corrigir precisamente o problema identificado, deixando de realizar operações a esmo e acabar por degradar nosso solo, que no fim das contas, é o bem mais precioso em uma fazenda.

Para ler mais:

Atributos químicos e físicos de latossolos e sua relação com os rendimentos de milho e feijão irrigados.http://www.ufsm.br/projetoaquarius/trabalhos/artigos/trab_projeto_aquarius_artigo_2009_amado.pdf

Conceitos Gerais de Compactação do Solo - http://www.infobibos.com/Artigos/CompSolo/Comp1.htm