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Como usar o medidor de clorofila para recomendar adubação nitrogenada?

O uso eficiente do nitrogênio (N) é fundamental para a obtenção de altas produtividades em diversas culturas agrícolas e medir o teor de clorofila nas folhas é uma forma prática de avaliar indiretamente a quantidade de N absorvida pelas plantas.

 

Como usar o medidor de clorofila para recomendar adubação nitrogenada?

Através da medição do teor de clorofila presnte na folha é possível determinar a necessidade de aplicação de nitrogênio em cobertura com base na quantidade de adubo inicial já absorvida pela planta. Com esse manejo mais eficaz de nitrogênio, além de impedir que adubações deficientes diminuam a produtividade, é possível reduzir custos com adubações excessivas, evitar que os tecidos fiquem tenros - diminuindo a suscetibilidade à pragas e doenças - e também reduzir a contaminação do ambiente.

Neste documento é descrita uma metodologia de uso do clorofiLOG baseada na comparação de dados da lavoura com zonas de referência. Esta forma de trabalho diminui a influência de variações locais e garante a comparação com dados significativos para cada lavoura.

Aqui você encontrará:

O que é a clorofila e por que medi-la
Metodologia de medição
Definição de referência
Como realizar as medições?
Interpretação dos resultados
Acompanhamento via software

O que é a clorofila e por que medi-la

A clorofila, pigmento que confere a cor verde às plantas, é proporcional à quantidade de nitrogênio absorvida pela planta. É através do processo que ocorre dentro da molécula de clorofila - a fotossíntese - que as plantas obtêm a energia necessária para crescer, desenvolver folhas e produzir grãos.

No entanto o nitrogênio aplicado no solo pode ser perdido de diversas formas para o ambiente,  como por lixiviação, desnitrificação, volatilização e enxurradas, tornando-se indisponível para a absorção das plantas. Desta forma, ao fazer a medição do teor de clorofila nas folhas, pode-se inferir o teor de nitrogênio realmente aproveitado pela planta, sendo uma informação crucial para a determinação da dose de nitrogênio a ser aplicada em cobertura.

O ClorofiLOG faz medições não destrutivas e instantâneas em três faixas da frequência de luz, não se fazendo necessário o envio de amostras a laboratórios ou depender da emissão de laudos de concentração de N das folhas para a tomada de decisão. Desta forma, não há custos associados ao processo de medição, tornando possível fazer as medições quantas vezes forem necessárias.

Metodologia e medição

É importante realizar o acompanhamento das lavouras em fases do desenvolvimento em que ainda seja possível corrigir deficiências sem que estas causem perdas de produtividade. O momento deve ser adequado para cada cultura e práticas de manejo adotadas.

No entanto, deve-se evitar leituras em estádios de desenvolvimento muito iniciais, quando a planta ainda está sob forte influência da adubação inicial aplicada na semeadura. Como referência para o milho, por exemplo, existem muitas bibliografias internacionais indicando medições a partir do estádio de 6 folhas completamente expandidas. 

Para o algodão indica-se medições a partir da 5ª folha da haste principal e para a cana-de-açúcar a partir da folha +1 (primeira folha com aurícula visível). Alguns fatores influenciam naturalmente as medições, como o híbrido utilizado, as condições ambientais e fatores que causam estresse à cultura, entre outros. Por esta razão, é impossível estabelecer uma referência universal de valores adequados de medição de clorofila. A referência de valor deve ser ajustada para cada situação específica como explicado a seguir.

Definição da área de referência

Estabelecer uma referência local, indicativa para a lavoura de interesse, é o método mais simples e seguro para balizar uma posterior interpretação das medições de clorofila. Para determinar uma área de referência, escolha entre as áreas mais representativas da lavoura, não estando elas submetidas a estresses como grande competição com plantas daninhas ou estando em áreas de cabeceira, que tendem a ser mais compactadas.

A definição das áreas de referência local dependerá das características do talhão. Pode-se optar por pequenas áreas de unidades amostrais de 5m², com pelo menos duas por talhão, ou por linhas de referência distribuídas em diferentes pontos do talhão, sendo recomendadas entre 3 e 5 linhas.

Nas áreas de referência devem ser feitas adubações com doses maiores (1,5 - 2x) do que as necessidades da cultura determinada por manuais agronômicos. Desta forma, nos certificamos de que as plantas não sofrerão com qualquer deficiência de N e que desenvolvem as máximas concentrações de clorofila possíveis de acordo com as variáveis locais.

 


DEFINIÇÃO DE REFERÊNCIAS
O princípio é a criação de áreas de referência com a aplicação de grandes quantidades de N, o suficiente para garantir o máximo desenvolvimento possível de concentrações de clorofila.


Como realizar as medições?

O teor de clorofila varia de uma planta para outra, de uma folha para outra e até mesmo entre diferentes porções de uma mesma folha. Para uma medição mais representativa, alguns cuidados devem ser tomados no momento das medições. 

Primeiramente, em todas as folhas procure fazer a medição aproximadamente na mesma porção da folha, na parte intermediária, não muito próximo à ponta nem à base da mesma. Em culturas de folhas largas, evite que a região de medição inclua as ranhuras. 

Para culturas em que é possível determinar a folha sendo medida, como no caso do milho, em todas as plantas faça a medição na mesma folha. Não faça medições em folhas muito jovens nem em folhas velhas ou do baixeiro. Se existir umidade nas folhas a serem medidas, é recomendável a retirada do excesso antes da medição. 

Também é importante evitar medições em plantas que não são representativas da situação da lavoura.

Deverão ser feitas medições tanto nas áreas de referência (um ponto para cada área de referência) quanto nas áreas da lavoura a serem avaliadas. 

Cada ponto representa a média das medições que o compuseram - em torno de 10 medições em diferentes plantas na mesma porção da folha - sendo recomendadas de 20 a 30 medições por talhão, ou seja, 2 a 3 pontos. 

As medições entre uma folha e outra apresentarão variação e isto é completamente normal. Para a interpretação será utilizada a média das medições. 

Caso se trabalhe com agricultura de precisão, é possível fazer o mapeamento do talhão, visto que o equipamento clorofilog CFL 2060 possui GPS integrado. Dessa forma, cada medição estará associada a uma coordenada geográfica. Caso deseje, também é possível trabalhar com uma grade de amostragem previamente definida com o uso de um GPS auxiliar.

Interpretação dos resultados

Com base nas médias das medições feitas nas áreas de referência e na lavoura, é possível fazer a avaliação do estado nutricional do talhão. Com estes dados, é possível calcular o quão diferente está a área de referência, que tem o maior teor de clorofila possível, da lavoura como um todo. O método indicado é calcular o percentual do teor de clorofila que existe no campo em relação ao que existe na área de referência. Esta é uma medição relativa, que elimina muitas das influências externas sobre os níveis de clorofila na folha. O dado resultante é o Índice de Suficiência de N (ISN), esquematizado abaixo.


A fórmula calcula o valor em termos percentuais. Valores acima de 95% indicam que a lavoura está suficientemente suprida de N. Valores abaixo de 95% indicam deficiência de N. Este valor de Índice de Suficiência de 95% como limiar é indicado pela literatura internacional.

Quando há deficiência, deve-se proceder a aplicação adicional de N, proporcional à deficiência, de acordo com a cultura e com o manejo sendo utilizado. Após a aplicação, o monitoramento deve ser mantido para verificar a recuperação ou melhora na lavoura .

Acompanhamento via software

Como os dados coletados variam de acordo com as condições climáticas a que a cultura foi submetida e o estádio de crescimento das plantas, dados de uma única data, embora sucientes para informar uma tomada de decisão imediata, não proporcionam o quadro geral de tendências de uma safra ao longo do tempo. Para isso são recomendadas leituras periódicas que permitam a comparação entre dados de diferentes momentos da safra.

ClorofiLog CFL 2060 oferece a possibilidade de exportação de dados via Bluetooth para o Falker Leaf, software exclusivo e gratuito, disponível nas versões web e app. 

Com ele é possível analisar ao longo do tempo a evolução do Teor de Clorofila Total (com a possibilidade de descriminação dos teores de clorofila A e B para ns específicos), calcular as médias entre qualquer ponto do trabalho, exportar planilhas em csv e gerar relatórios em pdf.