Tudo que você precisa saber sobre Índice de Clorofila, clorofilômetros e sua relação com a adubação com Nitrogênio
Dentre os inúmeros dados que a agricultura de precisão coleta da lavoura a fim de subsidiar a tomada de decisão por parte dos agrônomos com base em elementos concretos, o Índice de Clororfila é um dos disponíveis há mais tempo, porém, ainda pouco explorado no dia a dia de campo.
O clorofilômetro, equipamento responsável pela medição do teor de clorofila das plantas, é amplamente utilizado na academia, sendo ferramenta de pesquisa agronômica indispensável para vários estudos. Porém, quando o agrônomo sai da faculdade para a fazenda, seu uso acaba reduzido.
Mas, afinal, por que isso acontece? Mesmo o Índice de Clorofila sendo um conceito fundamental para aferir a saúde da lavoura e orientar o agrônomo quanto ao manejo da adubação, por que ele é pouco utilizado no campo por agrônomos e consultores agronômicos?
Para ajudar você a entender melhor como este importante dado agronômico pode auxiliar a tomar as melhores decisões de manejo agronômicos baseados em dados, nós preparamos mais este artigo aqui no Blog da Falker.
Aqui você verá:
Qual a relação do Índice de Clorofila com a adubação nitrogenada?
Uso do clorofilômetro na adubação nitrogenada
Como determinar o Índice de Suficiência de Nitrogênio (ISN)
Como usar o Índice de Suficiência de Nitrogênio na lavoura?
ClorofiLOG, o clorofilômetro da Falker
O que é o Índice de Clorofila Falker (ICF)?
Quais as semelhanças e diferenças do ClorofiLOG e do Minolta SPAD?
Boa leitura!
O que é Índice de Clorofila?
O Índice de Clorofila é uma medida que permite avaliar a quantidade de clorofila presente nas plantas, mais especificamente, nas folhas das plantas.
A clorofila, por sua vez, é um pigmento que dá a coloração verde às folhas, e é essencial para o processo de fotossíntese no qual as plantas convertem a luz solar em energia química para seu crescimento e desenvolvimento.
Existem diferentes métodos para determinar o Índice de Clorofila, sendo o mais comum o uso de medidores portáteis conhecidos como medidores de clorofila ou clorofilômetros.
Esses dispositivos medem a quantidade de luz absorvida pelas folhas das plantas em comprimentos de onda específicos, geralmente nas faixas do vermelho e infravermelho próximo.
Com base na quantidade de luz absorvida, é calculado um valor que indica a concentração de clorofila presente nas folhas.
Qual a relação do Índice de Clorofila com a adubação nitrogenada?
Conforme diversos estudos, é clara a correlação entre a clorofila e o teor de Nitrogênio foliar, uma vez que 50% a 70% do Nitrogênio contido nas folhas estão nos cloroplastos, participando da síntese e da estrutura das moléculas de clorofila, e com a produção da massa de matéria seca da planta.
Além disso, o teor de Nitrogênio na folha tem relação direta com a taxa fotossintética da planta, sendo a clorofila envolvida diretamente no processo de fotossíntese.
Assim, conforme explica este documento da Embrapa, o Índice de Clorofila pode ser um indicador da necessidade de aplicação de mais ou menos Nitrogênio.
O indicador proporciona, então, mais segurança para o agrônomo recomendar uma adubação nitrogenada, podendo esta ser feita em taxa variável caso as medições sejam georreferenciadas, ajudando o produtor rural a economizar insumos e a maximizar o potencial produtivo de cada área, além de reduzir riscos de poluição ambiental por aplicação excessiva de Nitrogênio acima do necessário para nutrir a planta.
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Isso por que o uso da planta como indicadora da suficiência de Nitrogênio “parece ser mais apropriado e conveniente do que o solo, em virtude da amostragem e o tempo para as análises serem mais rápidas”, explica o documento da Embrapa.
Dessa forma, a determinação do teor relativo de clorofila tem sido utilizada para predizer a necessidade de adubação nitrogenada em várias culturas como arroz, algodão, café, milho, sorgo, trigo, feijão, batata, pastagens, entre outras.
Uso do clorofilômetro na adubação nitrogenada
Conforme falamos, o clorofilômetro é o equipamento responsável pela medição do Índice de Clorofila, e este, por sua vez, pode ser indicativo da necessidade de aplicação do Nitrogênio.
Porém, o que todo consultor agronômico se pergunta sempre é: afinal, qual o número do Índice de Clorofila pode ser considerado bom e qual deve ser sinal de alerta, abaixo do qual a planta estaria em deficiência de Nitrogênio?
Como sabemos, além do teor de Nitrogênio na planta, outros fatores podem afetar os valores do Índice de Clorofila, como manejo da área, cultivar, condições relativas ao clima e ao solo, ano e outros fatores, impossibilitando estabelecer um valor fixo universal de nível bom ou de nível crítico.
Conforme propôs o estudo em inglês Comparação da concentração de nitrogênio na folha de milho e leituras do medidor de clorofila, de 1992, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), uma forma de determinar estes índices bom e crítico de clorofila é através da instalação de uma área de referência na lavoura.
Embora a proposta apresentada no estudo seja direcionada para a cultura do milho, a técnica pode ser aplicada também em outras culturas a fim de determinar o Índice de Suficiência de Nitrogênio (ISN) a partir de um Índice de Clorofila médio considerado bom para cada cultivo.
Como determinar o Índice de Suficiência de Nitrogênio (ISN)
O Índice de Suficiência de Nitrogênio (ISN) é, então, o número ótimo do Índice de Clorofila a se aferir com o uso do clorofilômetro em cada cultura, cada cultivar e cada zona de manejo (condições parecidas de clima e solo) através do qual pode-se ter certeza que a planta está recebendo a quantidade adequada de Nitrogênio e, portanto, poderá expressar seu máximo potencial produtivo.
Conforme explica nossa Nota de Aplicação Nº 1 que fala sobre como o uso eficiente do nitrogênio (N) é fundamental para a obtenção de altas produtividades, para determinação do Índice de Suficiência de Nitrogênio, a área de referência da lavoura deve ser adubada com dose exagerada de Nitrogênio, superior, inclusive, à dose máxima normalmente recomendada para a cultura, a fim de permitir a concentração máxima de clorofila nas folhas.
A partir daí, são feitas diversas medições do Índice de Clorofila nesta área de referência e obtida uma leitura média simples dessa área de referência.
Esta leitura média simples é a soma de todos os resultados obtidos nas leituras com o clorofilômetro dentro desta área de referência dividido pela quantidade de amostras.
Pronto, agora você já tem o valor de referência para obtenção do Índice de Suficiência de Nitrogênio (ISN).
Como usar o Índice de Suficiência de Nitrogênio na lavoura?
Na cultura do milho, estudos já desenvolvidos apontam que as plantas estão supridas de Nitrogênio se o Índice de Clorofila medido pelo clorofilômetro nas amostras da lavoura forem até 95% do valor de referência.
Ou seja, especificamente para a cultura do milho, se a média aferida na área de referência for de um Índice de Clorofila de 60, por exemplo (o que significa que o valor de referência é 60), toda planta em que o clorofilômetro mostrar Índice de Clorofila de 57 (95% de 60) ou acima pode ser considerada saudável e devidamente suprida de Nitrogênio.
Este número (57) será, então, o Índice de Suficiência de Nitrogênio.
Já se a medição com o clorofilômetro apresentar um Índice de Clorofila inferior a 57, significa que esta planta necessitará recomendação de adubação nitrogenada por parte do agrônomo.
É importante ressaltar que este percentual de clorofila de 95% do Índice de Suficiência de Nitrogênio é indicado através de diversos estudos e pesquisas apenas para a cultura do milho.
Em outras culturas, porém, não há estudos e pesquisas conclusivos, o que torna vanguardista o manejo com clorofilômetro nas lavouras de outros cultivos.
ClorofiLOG, o clorofilômetro da Falker
O ClorofiLOG é o medidor digital de teor de clorofila da Falker, clorofilômetro com tecnologia brasileira, pesquisada e desenvolvida pelo time de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da Falker especialmente para satisfazer os anseios dos agrônomos, técnicos agrícolas, pesquisadores, consultores e produtores rurais brasileiros.
O ClorofiLOG faz medições precisas e sem agredir as plantas proporcionando mais agilidade na tomada de decisões de manejo e, assim, possibilita maior economia no uso de insumos.
Ele foi desenvolvido a pedido de pesquisadores brasileiros, que tinham acesso somente a clorofilômetros importados e, por isso, caros e de difícil manutenção.
Foi através da parceria da Falker com os pesquisadores agronômicos, especialmente da Embrapa e de diversas faculdades de agronomia do Brasil, e ouvindo suas diversas sugestões que o ClorofiLOG ganhou GPS para realização de medições georreferenciadas em campo, display gráfico com interface amigável para leitura dos dados de forma imediata e prática, bluetooth e USB para exportação dos dados aferidos e integração com aplicativo.
Com o aplicativo Falker Leaf é possível gerenciar todos mapas e o histórico de medições de teor de clorofila por meio de uma ferramenta central que permite o acesso instantâneo e sincronizado por desktop, tablet ou smartphone.
Com o ClorofiLOG 2060 e o Falker Leaf é possível desenvolver uma base de dados do teor de clorofila ideal para cada ponto da fazenda e cada fase de desenvolvimento da lavoura, possibilitando um planejamento de longo prazo para aumentar a produtividade.
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O que é o Índice de Clorofila Falker (ICF)?
O Índice de Clorofila Falker (ICF) é um índice adimensional calculado pelo ClorofiLOG, que mede a quantidade de clorofila presente nas folhas das plantas.
Na prática, é o mesmo que o Índice de Clorofila, porém com uma forma de obtenção do dado exclusiva do ClorofiLOG.
Explicando de forma mais técnica, o ClorofiLOG utiliza três emissores em comprimentos de onda diferentes, sendo dois próximos aos picos de cada tipo de clorofila (A e B) na faixa do vermelho e um no infravermelho próximo.
Ele é calculado com base na absorção de luz em comprimentos de onda característicos da clorofila.
O ClorofiLOG mede a quantidade de radiação transmitida através das folhas, de forma óptica, em três diferentes comprimentos de onda (dois na faixa do vermelho, próximos aos picos de absorção da clorofila e um no infravermelho próximo).
A combinação destes valores de transmitâncias nestes três comprimentos de onda gera o Índice de Clorofila Falker (ICF).
Quais as semelhanças e diferenças do ClorofiLOG e do Minolta SPAD?
O Minolta SPAD é um clorofilômetro importado disponível há vários anos no mercado. Já o ClorofiLOG é um clorofilômetro brasileiro lançado em 2007 e modernizado em sua versão atual, com diversas melhorias, em 2022.
Assim como o ClorofiLOG, o Minolta SPAD também faz a medição do teor de clorofila por absorção de luz em comprimentos de onda característicos da clorofila, e a forma de medição, posicionando a folha em uma câmera de medição, também é bastante semelhante entre ambos.
Porém, diferentemente do Minolta SPAD, em vez de dois comprimentos de onda como, o ClorofiLOG utiliza emissores em três. São dois emissores na faixa do vermelho, um próximo do pico de cada tipo de clorofila, e um no infravermelho próximo.
Também, por possuir medição próxima aos picos de cada tipo de clorofila, A e B, o índice calculado pelo ClorofiLOG leva em conta ambas, enquanto no Minolta SPAD a influência da clorofila A é predominante. O ClorofiLOG pode, inclusive, medir de forma separada o índice de cada tipo de clorofila.
O Minolta calcula o índice SPAD, sigla em inglês para Soil Plant Analysis Development (Desenvolvimento de Análise de Planta de Solo, em tradução livre), enquanto o ClorofiLOG calcula o Índice de Clorofila Falker (ICF). Ambos são adimensionais. E são índices, ou seja, quanto maior o índice, maior o teor de clorofila presente na folha.
Contudo, a diferença entre eles é que o Índice de Clorofila Falker leva em conta a contribuição dos dois tipos de clorofila (A e B) e é mais sensível a variações nas folhas. Quando comparado a valores de laboratório, os valores do ClorofiLOG são até 30% mais sensíveis que os índices do SPAD.
Outra diferença entre eles é que a área de medição do ClorofiLOG é maior que a do Minolta SPAD, tornando-o menos susceptível a variações pontuais da folha.
Além disso, o ClorofiLOG possui recursos de software mais modernos por padrão: possibilidade de conexão com GPS, memória para até 3000 medições, software para análise das leituras em computador com conexão por USB, entre outros.
Por fim, claro, uma última e importante diferença é o fato do ClorofiLOG ser um clorofilômetro nacional, desenvolvido e produzido no Brasil, o que lhe confere uma condição de preço muito mais atraente que o Minolta SPAD.
Por tudo isso, agora que você já sabe tudo sobre Índice de Clorofila, vem conhecer o ClorofiLOG!