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Cafeicultura: como a agricultura de precisão melhorou a produtividade?

De um grão misterioso da antiga Etiópia para uma das bebidas mais consumidas do mundo. Entenda como a história do café evoluiu até nos tornarmos o maior produtor de café do mundo.

 

Cafeicultura: como a agricultura de precisão melhorou a produtividade?

A história do café é rica e fascinante, remontando ao seu descobrimento na antiga Etiópia, onde, segundo a lenda, um pastor de cabras chamado Kaldi percebeu que seus animais ficavam mais energéticos após consumir os frutos de um determinado arbusto. Desde então, o café se espalhou pelo mundo, tornando-se uma das bebidas mais populares e um importante motor econômico em diversos países. O cultivo do café evoluiu significativamente ao longo dos séculos, adaptando-se às necessidades e desafios de cada época.

A agricultura de precisão tem revolucionado a maneira como o café é cultivado, oferecendo ferramentas e técnicas avançadas para aumentar a eficiência e a produtividade das plantações. Através da utilização de tecnologias como sensoriamento remoto, análise de dados e sistemas de informação geográfica (SIG), os produtores de café podem monitorar e gerenciar suas lavouras com uma precisão sem precedentes. Este avanço não só otimiza os recursos, mas também contribui para a sustentabilidade ambiental e a rentabilidade econômica dos cafeicultores

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Como surgiu o café? 

Diz a lenda, que nos anos 800, um pastor que vivia na região de Abissínia, atual Etiópia, notou que suas cabras ficavam mais enérgicas e inquietas após comer os frutos amarelos avermelhados de uma planta arbustiva. Após relatar o fato a um monge local, eles realizaram a primeira infusão dos frutos, onde puderam experimentar e constatar que a bebida ajudava a deixar as pessoas mais despertas e com maior energia.

A notícia se espalhou, e como a religião islâmica  não permite o consumo de álcool, a bebida passou a fazer parte dos cultos religiosos e reuniões de estudiosos na Arábia, já que a bebida ajudava na concentração e as reuniões rendiam mais. Esta infusão está longe de ser o cafezinho que tomamos hoje, visto que o grão só foi torrado pela primeira vez na Pérsia, no século XVI.

Como a cafeicultura chegou ao Brasil?

A história do café no Brasil nasce de um contrabando. Vindo da Guiana Francesa, a primeira muda de café chegou ao Brasil, mais especificamente no Pará, no ano de 1727, pelas mãos do sargento-mor Francisco de Mello Palheta. Ele recebeu  a missão do então governador do Maranhão e do Grão-Pará. Para concluir com o seu objetivo, Francisco Palheta teve que conquistar a confiança de Madame D'Orvilliers, esposa do governador da Guiana Francesa, que acabou dando-lhe uma muda de presente.  

O que o sargento-mor não sabia, é que um século e meio mais tarde, o café se tornaria a maior riqueza nacional e seu cultivo acabaria moldando a história econômica e social do Brasil.

Qual a importância da cafeicultura brasileira?

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. Segundo dados do sumário executivo do café, 40% da produção mundial de café arábica (Coffea arabica) é realizada no Brasil. Para a safra 2023/24, a expectativa é colher 66,3 milhões de sacas, 67% arábica e 33% conilon. Apenas em março de 2024, o Brasil exportou 4,3 milhões de sacas de café, um recorde para o mês. Assim, o primeiro trimestre de 2024 fechou com 11,960 milhões de sacas exportadas. Representando US$2,5 bilhões de receita cambial.

Agricultura de Precisão como aliada

Nos últimos 20 anos, nossa área de produção diminuiu 12%. Entretanto, a produtividade na colheita do grão dobrou, gerando um aumento significativo na nossa participação global. Nós passamos de uma produtividade de aproximadamente 14 sacas por hectare em 2001 para mais de 30 sacas por hectare em 2023.

                             

Fonte: CONAB

 

Estes resultados são frutos de muito estudo e trabalho, que representam o avanço no desenvolvimento de novas tecnologias que visam o aumento da produtividade sem a necessidade de aumentar a área cultivada. O manejo consciente da propriedade, utilizando dados para gerenciar as atividades de produção, proporciona ao produtor uma economia nos insumos utilizados, melhoria contínua no manejo dos recursos hídricos e nas condições do solo, tornando sua produção mais sustentável e rentável.

Para melhorar o seu manejo, é preciso entender a fenologia do cafeeiro. Seu desenvolvimento está dividido em duas fases: vegetativa e reprodutiva.

De maneira resumida, podemos dizer que em seu primeiro ano fenológico , a planta está focada em seu crescimento vegetativo. Neste momento serão formadas as suas gemas, que posteriormente irão se diferenciar e entrar em dormência. 

No segundo ano fenológico, as gemas sairão de dormência, normalmente após o estímulo das chuvas, também chamadas de chuvas de florada que ocorrem após um longo período de seca. A flor ao se abrir, já transformou o ovário em primórdio de fruto, em um processo conhecido como pegamento da florada. Com o pegamento, vem a  formação dos “chumbinhos” e expansão dos frutos, formando os grãos que mais tarde serão colhidos, após um período de maturação.

 

    

Imagem: Revista espresso

  • Manejo Hídrico

Não podemos falar de maximizar a produtividade sem falar de manejo hídrico. O requerimento hídrico da cultura varia conforme seu estádio fenológico. A florada é o momento mais vulnerável, podendo ser afetada pela falta ou excesso de água.

O déficit hídrico faz com que a planta não consiga suportar o desenvolvimento das flores, gerando botões mais fracos, que muitas vezes amarelam e caem antes de abrir a flor. Este fenômeno de abortamento do botão floral compromete a produtividade, visto que o rendimento por planta é afetado.

Para evitar ou minimizar os danos causados pelo ambiente, o manejo hídrico é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento de uma boa safra. Ele irá suprir a demanda hídrica da cultura, fornecendo para a planta a lâmina de água necessária para a abertura de uma boa florada. 

Para a realização do projeto de irrigação e monitoramento, é fundamental o acompanhamento de um profissional qualificado, visto que cada propriedade apresenta condições particulares, podendo apresentar inclusive variação de uma gleba para outra.

Assim, um bom planejamento deve ser feito estudando caso a caso, avaliando as características de solo, microclima, demanda de evapotranspiração e estádio fenológico da planta.

Uma ferramenta eficiente para auxiliar na tomada de decisão e evitar riscos é o medidor eletrônico de umidade do solo.  Um equipamento moderno, prático e eficiente para o controle e direcionamento da irrigação.

Ao medir com exatidão a umidade volumétrica do solo, o HidroFarm auxilia o agrônomo e o produtor rural na tomada de decisão quanto ao momento certo de irrigar e qual a lâmina d’água ideal a ser aplicada.

   

  • Zonas de Manejo

A possibilidade de aferir a saúde das plantas em tempo real agilizou e otimizou o processo de amostragem, que antes deveriam ser colhidas e levadas ao laboratório. O Índice de Diferença de Vegetação Normalizada (NDVI) é um exemplo de dado que está à disposição do produtor.

Ele permite a análise do desenvolvimento das condições nutricionais da lavoura, podendo diagnosticar e ajustar a adubação com rapidez. O excesso de nutrientes na planta pode causar desequilíbrio metabólico e prejuízo em suas funções bioquímicas, afetando a sanidade da planta e podendo favorecer a ocorrência de ataques de patógenos.

Outra ferramenta disponível é o medidor do
teor de  clorofila nas folhas das plantas, que também apresenta os resultados de maneira instantânea, permitindo a correção de falhas nutricionais no desenvolvimento da cultura.

 

Saber o teor de nitrogênio nas folhas é fundamental para realizar o manejo nutricional para uma agricultura de precisão, pois o elemento afeta o crescimento e desenvolvimento da cultura. Ele gera o aumento do índice de área foliar, fazendo com que a planta receba mais energia, que será convertida em novos ramos, maior número de gemas, gerando consequentemente maior número e maior qualidade dos frutos.

  • Manejo Integrado de Pragas e Doenças

O manejo de pragas e doenças da cultura do café é uma das atividades mais onerosas e delicadas da produção. É preciso conhecer o modo de ação destas moléstias para que possamos prevenir ou tratar de maneira mais adequada, evitando que a produtividade da lavoura seja afetada.

O manejo integrado combina métodos e estratégias de controle, como cultural, biológico, físico, legislativo, mecânico e químico, para evitar o dano econômico.

Se você quiser se aprofundar mais no tema, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR, apresenta a cartilha digital: Café: controle de pragas, doenças e plantas daninhas com foco no manejo integrado da cultura. 

Para ter sucesso na produção e garantir uma boa colheita, o desafio é entender o sistema de produção, onde todas as partes são fundamentais para garantir uma boa safra.

Com o avanço da tecnologia e o aumento na geração de dados, as perspectivas são de que cada vez nós tenhamos mais suporte para a tomada de decisão, possibilitando aplicações localizadas e dirigidas, conforme a necessidade de cada talhão.
A agricultura de precisão é o sistema que considera as particularidades e variações da lavoura, através de diversas camadas de informações, visando entender e corrigir as diferenças entre as áreas mais e menos produtivas.


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